quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Não faz sentido

Buarque já dizia "o que não tem vergonha, nem nunca terá... o que não certeza, nem nunca terá". Tá certo que sua música é um grito de liberdade contra o momento de ditadura vivido no Brasil, porém é mais que uma verdade dita por um poeta, é meio que uma lei social que observei nos dias atuais.

Que pais é este?! um lugar onde pessoas vêm uma velhinha cair no chão, e não se mobilizam parar ajudar, local onde as pessoas presenciam um acidente, e apenas se voltam olhares curiosos, e mãos ociosas e omissas para ajudar.

Perdemos nossa humanidade há quanto tempo? Não consigo mais encontrar uma resposta, vejo cada vez mais a distancia entre os homens, onde vemos pessoas que governam um pais alega que o brasil está pronto para receber uma copa do mundo, se programa, reforma estágios de futebol, incentivam contruções e reformas de hotéis, enquanto há gente que passa fome, crianças sendo abusadas, famílias sendo destruídas, doentes perecendo em filas de hospitais, e estudantes desmaiando de fome antes de chegar a escola, porque a merenda escolar é as vezes a única refeição o seu dia.


E como esse povo consegue dormir todo dia? Qual será a capacidade de ignorar sua consciência? E como esse povo consegue ir a igreja, abraçar pessoas e chama-las de irmãos? E dizer que acredita no Deus maior, que pediu apenas que amassem o seu semelhante como irmão? Sendo que o povo mal consegue dar um pedaço de pão, roupa ou cobertor para esse semelhante.

Simplesmente não entendo, vejo que a única saída é a educação, e o investimento na cultura. Mas é difícil investir na cultura de um povo que sorrir pra um norte americano, abraça-o e o recebe com elogios, e chama sua própria raça “os índios” de vagabundo e imorais.

Mas como disse o grande Buarque, “o que não tem vergonha nem nunca terá, e o que não tem concerto nem nunca terá, o que não faz sentido.” Realmente não faz sentido.

Folha ao vento

Uma folha que de uma arvore se desprende


Assim me sinto, sem alguma vitalidade

E meu pensamento acende

Pelo o que virá em minha realidade,



Já não estou mais ligado a minhas raízes

Não tenho a minha base voltar

Não sou guiado, alimentado em minhas diretrizes.

Estou começando a jornada tomar



E sem direção sou guiado pelo vento

Caminhando em passo lento

Com a esperança que meu caótico destino

Não seja tão confuso, inopino



Sinto-me caído no ribeiro

Lutando sem força contra a corrente

Já me perdi quase por inteiro

Distanciei e me afastei de minha nascente



E no final, será que vou cair na cachoeira

Espero ansioso pelo que acontecerá

Será que isso tudo é apenas uma brincadeira

Ou finalmente cumpro meu destino e me encontro com o mar.